sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Foi assim...

Comecei ao ano rodeado de amigos, debaixo de chuva. E, finalmente, férias. Destino: Chile. Primeira viagem internacional com o meu amor. Fui feliz, trouxe presentes, conheci lugares novos, tive medo de terremotos, me senti importante e capaz. Voltamos. 12 horas de viagem até Búzios. Primeira vez que a Luna visitou o mar. Discuti, conversei, bebi com meu amor e um quarteto de amigas. Algo se perdeu. Comecei uma dieta. Fiz operação nos olhos e deixei as lentes de contato no passado. Muito ficou. Fui padrinho de casamento com o meu amor. Desentendimentos, silêncio, reencontros. Estreitei laços com um amigo e, de quebra, ganhei outro. Recebi uma amiga de São Paulo que me apresentou outros dois, que estão aqui dentro guardados. Bebemos, rimos e dividimos novos amigos. Finalmente, fui a um show do Los Hermanos. Vi também Chico Buarque e Maria Bethânia. Fantástico, mesmo pra você que não curte. Casei uma amiga e ganhei outra. Visitas frequentes, saudades restauradas e amizade mais que firmada. Comecei dois novos desafios profissionais. Acompanhei o início de mudanças de posturas. Minha mãe me deu um susto: quase perdeu a visão de um dos olhos. Tudo restaurado como deve ser. Perdi meu sogro. Tristeza acompanhada de carinho. Quase perdi minha "filha". Um susto. Senti meu amor mais perto, nas horas mais difíceis. Síndromes, doenças crônicas, insulinas, seringas, comprimidos e a certeza de que "minha filha" não nos vê mais. Recuperação, saúde e quilos a menos. Hoje, feliz e bem cuidada. Passei por dificuldades financeiras. Quase não fomos ao show da Madonna, no Rio. Mas, estivemos lá. Três dias de folga, cercado de amizades verdadeiras - lá e aqui -, vi o mar mais uma vez. Consegui deixar pra trás 17 quilos. Estou bem comigo mesmo e com a vida que eu tenho. Aguardamos a chegada da sogra pra recomeçar, fechar ciclos, iniciar outros. Foi assim e vai ser melhor em 2013.

domingo, 25 de novembro de 2012

Eu tenho uma filha linda e diferente

Sempre que ouço casais ou mães ou pais solteiros contando como é bom ter um filho, não os invejo. Eu tenho uma filha linda. Talvez, a mais linda do mundo. Talvez não! Com absoluta certeza, ela é a mais linda do mundo. E observe bem... Eu não falo apenas de beleza estética. Ela é o que eu tenho de mais importante nessa minha vida que, por um bom tempo, foi permeada por trocas e escolhas erradas. Diferentemente da maioria dos filhos, ela não nasceu de mim e, muito menos, é da mesma raça que a minha. Aparentemente, ela, para os outros, é apenas mais um cão. Mas, pra mim, é minha filha que, diga-se de passagem, tem nome, sobrenome: Luna Maria Vieira Valadares - e dois pais. Ela gosta de ser diferente mesmo!

E como não poderia deixar de ser, ela - a Luna - nos deu um grande susto nos últimos dias. Foi um período de "quase perda". Mas, ela gosta de ser diferente! Nenhuma síndrome, nenhuma doença crônica, nenhuma deficiência fez com que ela deixasse de querer ser diferente. Por ser assim, passamos - os dois pais - a uma rotina diferente: mais atenção, mais cuidado, mais carinho, mais paciência, mais amor. E veja você, meu caro leitor, que todos esses substantivos se redobraram para ela e se refletiram em nós. Porque ela gosta de ser diferente.



"Luz nos olhos para anoitecer
É só você se afastar"

Dedicado a @lunamariavv 

domingo, 7 de outubro de 2012

"Grande parte da maioria é pequena!"

Perdoe-me o neologismo! Mas, em eleição é quase sempre assim. Interessante quando o pleito é decidido em primeiro turno. A sensação é de que tudo o que fora mostrado na TV, no rádio, na campanha em geral esteve escondido da maioria. Mas, agora, é hora de respeito e cobrança. Ah, e por falar em cobranças, eleger vereadores que compram "coxinhas" com o dinheiro público é o mesmo que tirar do seu filho o direito a ter uma educação decente, a saúde em condições convenientes, o transporte sem aumentos abusivos e de qualidade, infraestrutura e segurança. Da próxima vez, caro eleitor, lembre-se disso.


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

O limite entre a decência e a audiência

Difícil escrever sobre o tema hoje. Uma discussão sobre a exibição ou não de um vídeo - já postado na internet por adolescentes -, em que uma menina aparece sendo currada por cinco rapazes, entre eles, dois menores, movimentou a redação. Opiniões e dissertações sobre o evento tropeçavam entre os jornalistas. Assisti às imagens e, desde o início, me constrangi. Quão fortes eram as tais cenas! Prefiro não descrevê-las. Assim como eu não acho interessante detalhar o que vi, também não acredito ser viável a execução do vídeo - ou parte dele - por uma emissora. Pra mim, por motivos éticos. Aprendi com o jornalismo que notícia tem que ser notícia para valer. Sim, o fato é uma notícia. Mesmo, na busca desenfreada pela audiência, o uso de um vídeo pornográfico que envolve a integridade de uma adolescente, não vale. Existe uma linha muito tênue entre pontos no Ibope e coerência. Transitar sobre ela é muito complicado. Na maioria das vezes, você é visto como um revés. Não devemos fazer juízo de valor de ninguém.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Down em mim

Como pouca gente vem aqui mesmo, porque não falar mais de mim!? O espaço é meu e dele faço o meu muro de lamentações. É engraçado como a variação de humor é uma coisa pertubadora. De repente, bem. Minutos depois, uma febre toma conta do seu corpo e tudo se revira. Psicologicamente falando, Trata-se de um distúrbio mental caracterizado pela variação do estado de espírito do indivíduo. Bipolarismo, gente. Mas, não é... Sei que não é.

"O que será que me dá... Que me bole por dentro, será que me dá. Que brota à flor da pele, será que me dá. E que me sobe às faces e me faz corar. E que me salta aos olhos a me atraiçoar. E que me aperta o peito e me faz confessar. O que não tem mais jeito de dissimular..." (O que será?, de Chico Buarque)

Esgotamento, ansiedade, sobrecarga, carência, exceções, dependências... Ser adulto cansa. Ser adulto e minoria desgasta mais ainda. Eu queria que a vida fosse mais fácil. Mas, não fácil ao ponto de ser monótona. Acho que queria que fosse menos complicada. Entenda: descomplicar não é voltar ao começo, não é jogar tudo pra cima e manda o mundo à merda, não é desistir.

Eu só queria escrever um pouco e o fiz. Melhorei?! Não... Mas, tô mais consciente.



segunda-feira, 5 de março de 2012

Ainda no Chile

Continuando a nossa viagem, vamos pra vinícola Concha y Toro, nos arredores de Santiago. Pra quem gosta de degustar um bom vinho e descobrir como ele é produzido, vale o passeio não só pelo prazer de provar a bebida. É curioso aprender sobre todo o processo cuidadoso em torno de um único produto. Foi lá que conhecemos o "Casillero del Diablo". A história que cerca o vinho é fantástica - além, é claro, do sabor da bebida. Não vou contar aqui, por motivos óbvios. É melhor ir e ouvir lá mesmo.





 


Também demos um pulo rápido em Val Paraíso. O lugar é uma mistura bem interessante de cidade histórica com cidade litorânea/portuária e aglomerados. Muitos morros contrastando com o centro planificado. O que chama a atenção também são os resquícios da devastação causada pelo último terremoto em 15 de julho de 2011. Construções antigas mostram as cicatrizes que nos fazem imaginar a dimensão da tragédia. 

Em Viña del Mar, um pedacinho da Europa - pelo menos eu imagino que lá seja assim. As águas geladas e claras do oceano Pacífico molduram a cidade que é uma das mais importantes do Chile. É a capital turística do país. E o clima? Calor no sol e frescor na sombra. Pra nós brasileiros acostumados com barraquinhas na areia, lá as refeições são feitas em restaurantes o que, automaticamente, faz das praias lugares limpos. E qual não foi nossa surpresa encontrar leões marinhos tomando um pouco de sol nas pedras...



Nota mental: quero morar aqui antes de morrer.
É, pessoal... foram 7 dias que ficaram marcados pra mim por inúmeros motivos - a maioria deles pessoal. Desfrutei daquilo tudo que sempre achei que merecia, aprendi muito sobre o que eu não sabia, conheci o que, pra mim, era inalcançável e, finalmente, aproveitei!


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Chile: passeie com a gente

Sou um novato no que diz respeito a viagens internacionais. A escolha do Chile não foi por acaso. Sempre tive vontade de conhecer esse país. E, felizmente, não me arrependi disso. Santiago é uma cidade que me cativou por uma qualidade que a gente vê pouco no Brasil: a limpeza. Aqui, é quase regra. 

 E, confesso que eu não esperava isso. Outro ponto positivo é o metrô que corta toda a cidade e funciona muito bem. Não tivemos problema algum para nos deslocar pela cidade. O povo se inclui no quesito virtude. Os chilenos são fáceis de lidar. Prestativos, eles parecem ter um carinho especial com os brasileiros (ou somente com a gente, sei lá...). Falam rápido demais e é muito difícil entendê-los. Mas, nada como pedir "com jeitinho" para ele "hablar poco más lento"... Ganha-se um sorriso e uma conversa bem mais agradável.

Passear por Santiago é um prazer... Eu que não gosto muito de andar, gastei bastante a sola do meu tênis aqui. A cidade é plana com muitos bulevares, praças, estátuas, arquitetura antiga e parques. Vale conhecer cada um deles. Por mais que isso leve um pouco do seu tempo. Fomos ao "Cerro Santa Lucía", bem próximo do hotel. Aliás, do quarto, tínhamos uma bela vista de lá. Chegar ao topo pode parecer uma tarefa árdua, mas não é. Juro! E a vista lá de cima vale a pena demais. Vê-se toda a cidade e ainda a Cordilheira. Sensacional! Cada cantinho do Cerro, onde fica o Parque Municipal, vale uma foto. Os chafarizes compõem o visual sem destoar de nada, principalmente das construções antigas.  Veja você mesmo!


Ah, já ia me esquecendo de mostrar a vista que se tem lá do alto...


Outros pontos legais que visitamos em Santiago foram os prédios públicos. Me impressionou como os chilenos tratam seus líderes. O respeito, independente da posição política, é uma das características deles em relação aos seus representantes. Gostei disso. Senti uma certa inveja, claro! O Palácio La Moneda é mais do que uma arquitetura reconstruída após os ataques de 11/09/1973. É um prédio impregnado de história.
 
 A ida ao Palácio La Moneda pode ser complementada com uma visita ao Museo de Arte Moderna. Bem, quando estivemos lá, vimos uma exposição - que ao meu entender, parece permanente - sobre a história em fotos e áudio da tomada do palácio pelos militares. 
 Aliás, o militarismo ainda está impregnado no dia-a-dia dos chilenos. Todos os dias vimos os "carabineros" - policiais chilenos - reunidos como se mostrassem para a população o seu poder.


Mas, vamos falar de coisa boa, né? Uma curiosidade bem legal daqui é que nas ruas você vai ver muitos cachorros e gatos. Eles estão em todos os lugares. E não são pequenos, sujos e nem descuidados. Muito pelo contrário. Os chilenos os alimentam e, em nehum momento vimos algum ser destratado. Teve um dia que encontramos um em um chafariz, se esforçando para beber água. E o interessante é que a cada pessoa que passava, ele olhava como se pedisse uma ajuda. Muito legal a cena. Ajudamos, claro.  

Ainda tenho muito pra falar... Viña del Mar, Val Paraiso, áreas rurais, Mercado Municipal de Santiago, Bella Vista, artesanato... Enfim... Aguarde!


sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Se me odeia, deita na BR

O novo disco da Madonna traz um novo significado pro título deste post. É impressionante ver nas redes sociais como tem gente pra criticar aquilo que não pode fazer (nem melhor e, sequer, pior). 3/2/12, hoje a Rainha do Pop lançou um videoclipe. Por mais do mesmo que possa parecer, é dela e, pra mim, já basta.
Give Me All Your Luvin' (Feat. M.I.A. and Nicki Minaj)

Madonna ~ Halftime Superball

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Era pra ser um ano bom...

É sempre assim: entra ano, sai ano e tudo continua na mesma. Pelo menos no que diz respeito ao desrespeito com nosso povo. Mal terminam as festas de fim de ano e começam os problemas causados pelas chuvas. Uma rotina tão insistente que me parece incessante. Mas, poderia ser diferente. E eu tenho a certeza de que você como eu sabe como inverter isso. Desacreditar no poder público só faz com que os que nos representam - mal ou bem - se tornem cada vez mais corruptos ou corruptíveis. Num universo de quase duzentos milhões de pessoas, não é possível que não existam algumas centenas que queiram mudar o destino daqueles que são incapazes de fazê-lo. 


Moro em Belo Horizonte há 5 anos. E, nesse tempo, já vi muitos casos trágicos exercendo a minha profissão de jornalista. Vi um ribeirão transbordar e carregar carros, inundar lojas e casas, matar pessoas. Presenciei prédios a ponto de desabar por causa do excesso de água. Noticiei ruas que engoliram casas, edifícios, construções que pareciam rígidas. Vi favelas se derramar morro abaixo. Gente que perdeu até a dignidade que lhe restava. E em meio a tudo isso, coletivas de imprensa cheias de pompas e circunstâncias, promessas vazias, relatórios cheios de conclusões de conteúdo duvidoso. E nada. Nada feito. Apenas a reprise de uma tragédia mais que anunciada.


O que esperar agora? Eu espero que em meados de outubro, relembremos daqueles que aqueles que sofrem hoje e, principalmente, não esqueçamos dos que nada fazem pra mudar a reprise nossa de cada ano.