domingo, 14 de abril de 2013

"Um táxi pra estação lunar..."

Às vezes, eu penso que o meu blog deveria ser só dedicado aos animais. Não porque está na moda isso. Mas, sim, pela importância desses pequenos seres na minha vida. Vou-lhes contar uma breve história que teve um fim na última sexta-feira. Um ciclo que começou há cerca de 20 ou 25 anos atrás. Primeiro com o Pedrico, um vira-latas (SRD, sem raça definida) que costumávamos dizer que ele era pequinês. Mas, não era não. Ele era tudo: sistemático, enjoado, metido, só gostava da minha mãe (embora fosse da minha irmã). Onde ela estava, lá estava ele. Uma vez, sumiu por 40 dias na quaresma. Voltou imundo, magrelo, todo cheio de carrapatos e pulgas, mas com uma felicidade imensa ao nos reencontrar. O tempo passou e ganhamos o Ícaro - como o próprio nome sugere, um bobão. Pastor alemão de porte muito grande, vistoso, um pelo de dar inveja em qualquer pedigree.Pouco depois, ganhamos a Catuí (que, do Tupi Guarani, significa "bola preta". Esta sim, uma dama. Darshound ou Tekkel. Delicada, dedicada, preguiçosa e fina. Nesse meio tempo, o Pedrico se foi, aos 14 anos. Tudo parecia mais monocromático com a sua partida. Ficou então para Catuí e Ìcaro a tarefa de preencher esse vazio. E não foi fácil. Tão difícil que precisavam de ajuda. Veio pra nós a Jade - não tem qualquer relação com a Jade da novela, que fique bem claro! Pra contrariar a todos, era o amor da minha mãe e vice-versa. Uma pinscher implicante e amorosa que nos divertia. É, mas parece que o Ícaro percebeu que ali ele não se fazia mais importante - mentira! - e se foi. Uma série de doenças levou o "negão". A tristeza era tamanha que nada poderia ocupar o lugar dele. Nunca mais tivemos um cão de porte grande. Ele foi e vai ser sempre o único. Lá se vão alguns anos e a Catuí dá a luz à Lua. Rara, amorosa, doce, esperta e dengosa... Os pelos longos chamavam a atenção. Pronto! A tríade estava formada: Catuí, Jade e Lua. Tive que deixá-las pra trás para cuidar da minha vida, afinal ser adulto tem suas restrições. E foi neste período que começou em Varginha, no sul de Minas, que perdi a Catuí (11 anos) e a Jade (12 anos). Ficara então, apenas a Lua. Uma guerreira. Lembro da minha mãe falando-me ao telefone sobre a falta que as outras duas faziam para a Lua. "Era perceptível", dizia ela. Ainda distante, ganhei a Luna, uma beagle, que vocês já viram por aqui no blog. Já são 8 anos (completados no mês que vem) e quando já não imaginava mais ser possível, na última sexta-feira, a notícia de que a Lua, a derradeira da tríade, se fora. 16 anos depois lá estão elas juntas de novo no jardim da minha casa em Governador Valadares. E ainda as fazem companhia, o Pedrico e o Ícaro. Pra minha mãe, restou a saudade e, como ela mesmo me disse ao me dar a notícia, "um vazio aqui em casa". 

Baseado nisso, pessoal, acredito que essas criaturinhas não vêm ao mundo apenas para nos fazer companhia, para dar amor incondicional, para alegrar a casa, para gastarmos uma grana alta com tratamentos, vacinas e mimos... Elas surgem pra gente para que nos tornemos melhores, para que saibamos desde cedo lidar com alegrias e, finalmente, com as perdas. 

Esta é uma homenagem minha às minhas crias.

Lua