domingo, 12 de julho de 2015

De véspera

Quase um ano e, de véspera, um tempão. Perto de completar uma sequência de doze meses em São Paulo, reativo as coisas por aqui. Quanta coisa aconteceu! Lidar com saudade não é legal. É um aprendizado diário. O ser humano é engraçado. Quando tem tudo o que quer, o que precisa, ele desdenha. No momento em que isso lhe falta, ele degenera. Um bicho estranho esse lance de viver uma vida paralela à sua. Nem tudo o que te parece ser real, é. A maior parte do que é inatingível, você alcança. Um desenrolar de antagonismos essa tal de ausência. Mas, o ser humano é estranho também. Hora ele está feliz, livre, certo... Noutra, tudo lhe parece triste, aprisionado, incerto. 

Antes dos trezentos e sessenta e cinco dias completos, a compreensão começa a surgir. Vagarosamente... Tão quieta quanto um sorrateiro monstro que se escondia detrás do armário. Mas, ali mesmo, entre a parede e o móvel, há uma frestinha de luz. E ela ganha espaço. Uma centelha que insiste em não perder para a escuridão. Um conta gotas de esperança com gosto doce alcalinizado.

Prestes a celebrar o dezessete de julho, a visão do vinte e um fica mais nítida. Tão limpo quanto um cristal intocável guardado à sete chaves. Números que fazem a vida ser mais tranquila. Percalços sempre hão de surgir. Mas, aí você junta o ser humano à ausência, acrescenta o monstro sorrateiro, a luz, os números e no que dá, meu caro?

Escrevi ouvindo:

My Immortal - Evanescense
November Rain - Guns 'n' Roses
Olhos Certos - Detonautas
Déjà Vu - Pitty