sábado, 20 de setembro de 2014

Um leão entre o concreto: impressões de um "mineirim" em SP

Claro que não poderia ser diferente. Cá estou em São Paulo há pouco mais de dois meses. E já deu pra ter uma noção rápida do que é essa cidade. Se eu fosse listar (e vou), começaria falando sobre como é bom estar aqui. É algo que eu sempre quis. Talvez, esse não seria o momento que eu mais queria estar por estas bandas, mas... 

O segundo item de uma lista sobre as impressões - como não poderia ser diferente - é a comida. Como se come (muito) neste lugar, gente! Nas lanchonetes, você pede um "sanduichim" e já surge a atendente com algo que, em Minas, seria uma refeição pra umas três pessoas (magras). E, como gordo que sou, gosto. Só não me acostumei ainda com a quantidade de muçarela e com as inúmeras variações de recheios de calabresa que existem. Embora eu seja mineiro, não vivo só de queijo e derivados de carne de porco. (Deu uma saudade de feijão tropeiro ou tutu com lombo neste momento...). Voltando... Ontem mesmo pedi um lanche, pois chegara em casa tarde demais pra fazer algo pra comer. Lendo o cardápio pedi aquilo que menos me causaria estranheza. Qual não foi a minha surpresa ao me deparar com o tamanho do referido. Um mero Cheese-bacon-egg--burger tinha aproximadamente uns 700 gramas. Mas, estava muuuuuuuito bom! #gordices

Em seguida, foi o sotaque dos paulistanos que me chamou muito a atenção. Ouvi-los é algo como se sentir sempre em uma partida entre Corínthians e Palmeiras. Coisas como "mano" são recorrentes no vocabulário rotineiro daqui. Existem muitas outras expressões, mas eu me recuso a aprender. O mais legal é a fonética das palavras. Italianíssimos. Uma das primeiras palavras que me chamaram a atenção foi "picadinho" - ouvi num restaurante. Mas, não é "picadim" como falamos em Minas. E nem "picadinho", ao pé da letra. É "picadiiinho" - coloque a língua nos dentes para conseguir pronunciar tal e qual os paulistanos. Outra observação é como eles falam rápidos e, muitas vezes, são incompreensíveis. Talvez seja o fato deles estarem sempre com pressa e serem práticos demais 


Por falar nisso, como o povo é árido. Quase rude mesmo! Mas, as pessoas são prestativas - dentro da medida da pressa de cada um. Não tive problemas em encontrar lugares por aqui. Há sempre alguém pronto para dar uma informação - quase nunca com um sorriso no rosto. Mas, seria pedir demais, eu sei. Ah, e eu não quero falar em atendimento ao público. Não pretendo mesmo ser antipático, com apenas pouco mais de dois meses aqui. Fica subentendido. ^^

E o clima, gente! Existem as quatro estações... Todas no mesmo dia! E, em alguns dias, cada uma delas ocorre, pelo duas vezes. Há uma lógica por aqui sobre isso: tira-o-casaco-põe-o casacoe-vice-versa-em-looping. Nunca se esqueça de sempre ter um à mão. Ah, o guarda-chuva também pode ser um bom aliado, assim como um cachecolzinho (para os mais friorentos). 

Entender a lógica de São Paulo não é para os fracos, definitivamente. Sejam em questões políticas, de mobilidade, de convivência... Descobrir uma alma boa (tipo mineiro) neste lugar é como garimpar à procura de um diamante negro numa mina tricentenária. Mas, a gente acha. Acredite! E o que eu percebi é que quando alguém trata os demais com uma delicadeza peculiarmente mineira, as reações mudam instantaneamente. Tem algumas pessoas legais que já conheci desde que aportei nestes concretos. Poucas, é verdade. O que me tranquiliza é que já havia um pequeno círculo de amigos que me abraçou.

Bom, acho que estou me alongando muito. Talvez, já esteja vivendo o espírito paulistano dos taxistas, que nunca perdem a oportunidade de puxar uma prosa com o passageiro. Como falam! (rs) Well! Obrigado por não me engolir, SP!



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